domingo, 10 de outubro de 2010

Prefácio

Meu coração pulsava freneticamente enquanto via meu rosto ser iluminado pela luz da tela do computador, cegando meus olhos, mas isso nao me incomodava. Nunca havia ficado tão eufórica, estralando meus dedos de hora em hora. Havia completado o terceiro dia sem dormir, nem trabalhar. Três dias sentada na escrivaninha do escritório, escrevendo, digitando, apagando e reescrevendo tudo o que havia sonhado em apenas uma noite. As coisas em minha cabeça começavam a se esclarecer, uma letra de cada vez.

Os médicos alegaram depressão profunda, mas eu estava me sentindo bem, melhor do que sempre estive. Nunca tive indícios dessa doença; embora, aos outros, parecesse que ela vivia em mim.
Não ouvia o telefone tocar e sequer percebia o dia amanhecer, não tinha consciência de quanto tempo que estava ali, e não podia parar de escrever. Aquilo era tão revelador, aquela história, daquele jeito. Agora tudo fazia sentido! Todos os dias de questionamentos sem respostas, todas as indagações em minha cabeça havia terminado. Mas afinal, o que eu estava escrevendo?
Lembrei-me daqueles olhos negros intensos que me contaram uma história, a qual ainda não havia percebido. Isso aconteceu depois que eu, malditamente, resolvi me envolver com um desconhecido, e agora, eu estava me sentindo como ele, à mercê do destino.
A cada palavra que escrevia, podia sentir o alívio aumentar dentro de mim, como se eu tivesse sido o alvo de um atirador de facas que se apiedou de mim e estava tirando-as de meu corpo.
Finalmente levantei-me, depois de observar o extenso texto que findavam uma história agora descrita em meu computador. Aquilo já não me perturbaria mais, o desconforto sumira e eu pude parar pra respirar.


Não sentia sono, nem fome ou sede. Não senti dores quando me coloquei de pé, nem qualquer tipo de tensão. Estava pronta para ir trabalhar. A cor do dia voltou a me iluminar e eu corei quando saí daquele lugar. Peguei minha bolsa e, ao colocar o pé pra fora de casa, lembrei-me da situação em que me encontrava.


Por que eu estava em casa há tanto tempo? Aos poucos, minha memória foi retornando, minha euforia foi diminuindo e com muita dificuldade consegui me recordar que já não mais trabalhava, que estava perdida no meu mundo e que, se não arranjasse alguma forma de mudar meu destino, ficaria perdida para sempre.


Leia o Capítulo 1 aqui, o Capítulo 2 aqui e o 3 aqui.



Todos os textos escritos sao de autoria de Gisela Santana. Por favor divulguem, mas com os necessarios meritos.

9 comentários:

  1. Oi, Gisa!

    Finalmente venho até aqui para comentar - como se eu ainda não conhecesse esse trecho...

    Bom, tenho que dizer, é instigante. Faz a gente querer saber por que essa mulher está tão confusa, quem é esse estranho que ela menciona, o que ela escreve no computador, onde ela trabalhava, por que está perdida.

    Acredito que essa é mais uma das suas grandes feituras. Esperarei pelos capítulos, desejando sucesso total. Você merece, pois é muito dedicada e talentosa.

    Um grande abraço da tua amiga e parceira.

    Isie Fernandes.

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  2. Oi isie, obrigada por comentar e principalmente por estar presente nestes momentos de uma importância que só nós mesmo podemos compreender. Espero que essa amizade dure pra sempre, e que agnt continue se ajudando como sempre fomos.
    Obrigada!

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  3. Obrigado mais uma vez por me contar sobre oque gosta de fazer.. sobre oq gosta de escrever... espero que algum eu faça parte de algum momento importante e que qnd senti minha presença fique livre para pedir ajuda. afinal acho que sou eu que estou realmente presente do seu lado .

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  4. Oi, Gisa!

    Desejo fortemente que nossa amizade perdure a vida inteira. Que Deus te abençoe muito, você tem talento e é esforçada.

    Vai longe, garota!

    Beijos da amiga e pareceira.

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  5. Estou muito feliz por você. De você , deixa ter concluido seu último projeto e por ele ser publicado. Uma cópia será minha, olha lá hem, deixa reservado.
    Agora quanto a seu projeto atual, acompanharei os capitulos novo que postar, sabendo que terei bons momentos de uma ótima leiura.
    Parabéns!

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  6. Nossa! Me deu vontade de ler. Gosto de histórias que mechem com a mente das pessoas. E obrigado pela por ter opinado o meu texto lá do fórum.
    Abraço!

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  7. Imagina Beto, quando precisar, estamos lá pra isso. rs
    obrigada por ler aqui tb.

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  8. Gostei! De fato, o texto é envolvente. Mesmo sem haver nenhuma descrição física, parece que conhecemos essa personagem a vida toda! Ela e sua angústia, e a história que ela escreveu. Já anotei na minha agenda para voltar aqui com calma e ler os capítulos.
    Um abraço

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  9. Volte sim, Monica. É muito bom ver pessoas que conhecem de literatura como você fazer uma critica tão construtiva sobre meu texto. Vou aproveitar para elaborar um pouco mais sobre as características dela, embora adote o mesmo perfil em 90% do que eu crio: Vou dando as características de acordo com que elas são necessárias, para não alongar muito o texto..
    Obrigada!!

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